توضیحاتی در مورد کتاب :
"برخلاف تصور عمومی، ژائو مائوریسیو د ناسائو-زیگن نه هلندی بود و نه شاهزاده. خانواده او اصالتا آلمانی داشتند و او یک کنت به دنیا آمد - عنوان شاهزاده فقط در آستانه پنجاهمین سالگرد تولدش به او اعطا شد. Evaldo Cabral de Mello تجربه ناسائو در برزیل را در پرتو جنگها و اختلافات تجاری در اروپا در قرن هفدهم تحلیل میکند.
ژائو مائوریسیو د ناسائو سیگن فرمانروایی در قرن هفدهم برزیل با ویژگیهای استثنایی بود. او یک نجیب زاده آلمانی بود و دارای تحصیلات اومانیستی با بالاترین کیفیت بود. در دوران جنگ، او یک نظامی کارکشته بود و معماری، تاریخ و هنرهای تجسمی را عمیقا می دانست. ناسائو که توسط Companhia das Índias Ocidentais، یک شرکت تجاری نیمه دولتی منصوب شد، در سال 1637 به عنوان فرماندار، کاپیتان و دریاسالار هلندی برزیل در رسیف فرود آمد.
تجربه شمال شرقی ناسائو، که به مدت هفت سال ادامه خواهد داشت، هسته اصلی مشخصات Evaldo Cabral de Mello است. این یک تجربه تعیین کننده برای یک اسطوره مجازی است که هنوز هم امروز طنین انداز است: در تقابل با استعمار لوزیتانی، کاتولیک، دولتی و بوروکراتیک، مدیریت روشنفکر، عقلانی و خصوصی ناسائو امکان یک سرنوشت ملی دیگر - سرنوشت ویژگی های وبری را نشان می دهد. الهام گرفته از اخلاق پروتستانی و روح سرمایه داری. حول این سوال است که کتاب مورخ پرنامبوکو توسعه یافته است.
اوالدو کابرال دی ملو در هنر نوشتن مختصر و تاریخ روایی، در بافندگی دادههای محلی و کوچک با خطوط اصلی اختلافات تجاری و نظامی اروپا، کار ناسوف را در شمال شرقی ارزیابی انتقادی میکند. این اسطوره های مربوط به اشغال هلندی را نسبی می کند و پیچیده تر می کند. برای مثال نشان می دهد که ناسائو در واقع استعداد نظامی بالایی داشت. سپس ثابت می کند که فرماندار با شکست در تصرف سالوادور (به دلیل نیروهای ناکافی)، عملاً سرنوشت هلند را در برزیل رقم زد. همچنین توجه داشته باشید که دستاوردهای نظامی بزرگ ناسائو در نبردهای دریایی اتفاق افتاد و مستقیماً توسط او فرماندهی نشد.
Evaldo Cabral de Mello سپس به اصل موضوع میپردازد: دستاورد استراتژیک بزرگ ناسائو در آن سوی اقیانوس اطلس، در آنگولا اتفاق افتاد. او مستعمره آفریقا را فتح کرد زیرا اقتصاد شکر شمال شرق بر اساس برده داری ساخته شده بود، نه بر اساس مهاجرت زمینداران کوچک اروپایی، همانطور که کتاب درسی سرمایه داری با شخصیت پروتستانی می گوید. ناسائو در اولین گزارش خود به Companhia das Índias هشدار می دهد که سرمایه لازم است \"برای خرید تعدادی سیاهپوست که بدون آنها هیچ کار مفیدی در برزیل نمی توان انجام داد\". (Grupo Cia das Letras)
فهرست مطالب :
Capa e projeto gráfico:
warrakloureiro
Foto da capa:
Retrato de Maurício de Nassau,
em 1637 [Städlisches Museum
Haus Koekkoek, Kleef]
Pesquisa iconográfica:
Carlito de Campos / Cia. da Memória
Thiago Fontana / Cia. da Memória
Agradecimento a Ester Loewenstein
Preparação:
Denise Pessoa
Revisão:
Cláudia Cantarin
Ana Maria Barbosa
توضیحاتی در مورد کتاب به زبان اصلی :
"Ao contrário do que se pensa, João Maurício de Nassau-Siegen não era nem holandês, nem príncipe. Sua família tinha linhagem alemã, e ele nasceu conde - o título de príncipe só lhe foi concedido às vésperas de completar cinqüenta anos. Evaldo Cabral de Mello esmiúça a experiência de Nassau no Brasil à luz das guerras e disputas comerciais da Europa do século XVII.
João Maurício de Nassau-Siegen foi um governante, no Brasil do século XVII, de qualidades excepcionais. Nobre de origem alemã, teve formação humanista da melhor qualidade. Na guerra, era um militar temperado, e conhecia a fundo arquitetura, história e artes plásticas. Nomeado pela Companhia das Índias Ocidentais, uma empresa de comércio semi-estatal, Nassau desembarca no Recife, em 1637, na condição de governador, capitão e almirante-geral do Brasil holandês.
A experiência nordestina de Nassau, que se estenderá por sete anos, é o fulcro do perfil de Evaldo Cabral de Mello. Trata-se de uma experiência decisiva para uma mitologia virtual que ainda hoje reverbera: em contraposição à colonização lusitana, católica, estatal e burocrática, a administração ilustrada, racional e privatista de Nassau representaria a possibilidade de outro destino nacional - o de feições weberianas, bafejado pela ética protestante e pelo espírito do capitalismo. É em torno dessa questão que se desenvolve o livro do historiador pernambucano.
Mestre na arte da escrita concisa e de uma história narrativa, na tessitura de dados locais e miúdos com as grandes linhas das disputas comerciais e militares européias, Evaldo Cabral de Mello avalia criticamente a empresa nassoviana no Nordeste. Ele relativiza, e torna mais complexos, os mitos que envolvem a ocupação holandesa. Mostra, por exemplo, que de fato Nassau tinha um grande talento militar. Em seguida comprova que, ao não conseguir se apoderar de Salvador (por insuficiência de tropas), o governador praticamente selou a sorte dos Países Baixos no Brasil. Nota, também, que os grandes feitos militares de Nassau se deram em batalhas navais, não comandadas diretamente por ele.
Evaldo Cabral de Mello vai então ao nó da questão: a grande conquista estratégica de Nassau se deu do outro lado do Atlântico, em Angola. Ele conquistou a colônia africana porque a economia açucareira do Nordeste estava erigida sobre base escravocrata, e não sobre a migração de pequenos proprietários europeus, como rezaria a cartilha do capitalismo de feição protestante. No seu primeiro relatório à Companhia das Índias, Nassau adverte que é preciso capital "para comprar alguns negros, sem os quais nada de proveitoso se pode fazer no Brasil"." (Grupo Cia das Letras)